Se você que lê estas palavras é considerado por alguém como um bom desenhista, talvez já tenha ouvido uma pergunta parecida com a do título deste post. E aí, então, por que você consegue desenhar e outras pessoas não?
Muitos consideram a capacidade de desenhar como uma prerrogativa de uns poucos privilegiados, contemplados que foram pela natureza com alguma espécie de dom, cuja dimensão e origem é intangível. Dessa forma, por mais que se esforce, aqueles que não são possuidores desse atributo inexplicável, não conseguirão, jamais, galgar os degraus que o conduziriam a um desempenho pouco melhor que a de reproduzir uma irreconhecível figura em uma folha de papel.
Se você faz parte do grupo que pensa assim, acredito que deva começar a mudar de idéia.
Ser capaz de desenhar é, antes de tudo, ser capaz de ver! Ao orientar meus alunos rumo a uma bem-sucedida performance artística, o mais importante aspecto de seus aprendizados é o de auxiliá-los a desenvolverem sua percepção visual.
Portanto, a habilidade de desenhar é inata em alguns indivíduos apenas porque eles vêem, enxergam, percebem a realidade de u’a maneira diferente da maioria das pessoas.
Há inúmeras técnicas que apoiam o candidato a desenhista, mas nada substitui o desenvolvimento da capacidade de enxergar corretamente e, mais específicamente, enxergar de maneira adequada para esse fim.
Concluindo, se você deseja desenvolver essa capacidade (a de desenhar), saiba que todos podem fazê-lo, basta querer.
Um slogan utilizado para divulgar um concurso que premia anualmente os melhores na propaganda nacional era “Nada substitui o talento”. Parafraseando esse texto eu me arrisco a dizer: “Nada substitui a vontade”.
Gustavo.
Viva a força de vontade!
E um tanto bem grande de disciplina convenhamos que também faz toda a diferença. rs
Explêndida escolha de palavras mestre, só posso agradecer por tudo que aprendi com você!
Bjãoo
E aí, Aline, tudo bem?
Muito bom “ouvir” (lendo) palavras como as suas. “Brigadão”. Apareça para visitar “nóis”.
Bjs.
É isso aí, Pri. Vontade sem disciplina é improdutiva, costuma ser marca registrada de indivíduos tidos por “sonhadores”, ou seja, aqueles que imaginam mas não concretizam.
Belo post … Realmente, talento é uma palavra que não carrega muito significado por sí só. Mesmo que um indivíduo seja pré-disposto a fazer algo, isso dificilmente vai ser suficiente para que este alcance um nível de excelência. Agora sobre força de vontade… vejam esse link:
http://www.conceptart.org/forums/showthread.php?t=870
O cara documentou todo seu aprendizado em um tópico desde 2002! Ele começou com desenhos horripilantes e por volta de 2005 conseguiu se tornar um profissional. O tópico continua até hoje…
Talento é como uma semente, que pode encontrar um solo bem adubado ( metafóricamente ) com vontade, determinação e disciplina ), ou não. No primeiro caso, o talento crescerá e produzirá frutos, no segundo não passará de uma promessa não cumprida. Assim, cabe a cada um cuidar de alimentar seu talento da melhor maneira possível e, então, colher os resultados desse trabalho.
Abraços, Marcus.
Desenho, ou desenhava, desde a adolescência. Durante o período da Faculdade foi minha fase mais “inspirada”. Desenhei muito. Gosto de desenhar figuras humanas, rostos principalmente. Logo que me formei, parei de desenhar. Coisas da vida, enfim…Depois de cinco anos, ano passado, por volta de outubro, depois de um período de muito estresse, voltei a pensar em desenho. Desde então, estou só pensando, com o sentimento que tive algumas vezes nesses cinco anos, quando ensaiei voltar. O que acontece é um medo de pegar no lápis e não sair nada. Estou meio enferrujado mesmo. Algumas poucas vezes que tentei nesses cinco anos não saiu nada. Daí me travei, e nem quis mais pensar nisso. Agora começo a querer, de fato, voltar. Hoje resolvi pesquisar na internet blogs ou sites sobre desenho. E achei vários, dentre eles esse aqui. Muito bom. Vou investir nisso. Já me decidi no fim do ano passado, que assim que algumas coisas se resolverem na minha vida, vou fazer um curso de artes visuais ou artes plásticas, ou qualquer coisa do tipo. Quero voltar nessa. Mas sei que o essencial é voltar a ter a vontade e trabalhar nesse sentido, errando, não saindo nada, praticando novamente. É isso, muito bom encontrar esse espaço. Abraços.
Sabe, Andre, você, creio, nem imagina a imensa quantidade de pessoas que vivem ou viveram uma experiência semelhante a sua. Ao longo desses (muitos) anos envolvido com arte e ensino, aprendi a entender o quão importante é, para o ser humano, por em prática uma atividade que lhe confira prazer. Seja no âmbito da expressão artística visual, musical, interpretativa, não importa, o que importa, mesmo, é fazer. Dizem que se conselho fosse bom ninguem o daria de graça mas, lá vai um: Nunca permita que o temor de fracassar o impeça de tentar! Deixe de lado uma possível auto-crítica exacerbada e divirta-se, sem compromisso. A princípio, só “de zoeira”. Aos poucos a semente plantada anos atrás irá germinar novamente e produzirá frutos e esses frutos ajudarão a alimentá-lo na jornada de sua vida, esteja certo.
Sucesso a voce.
Abraço,
Gustavo.
Salve Gustavo. Hoje recomecei. Desenhei uma criança, de umas fotos que guardo justamente pra isso. Ficou bacana. O traço de criança é mais leve e simples. Não precisa pegar pesado nos detalhes. Deu pra perceber que o lance ainda está comigo. Logo depois dessa, peguei uma foto da minha esposa. Sempre tive dificuldades com o traço de rosto feminino. Não é tão forte quanto o de rosto masculino, mas também não é tão leve quanto o de criança. Não ficou muito bom, embora os olhos e nariz tenham ficado perfeitos. O rosto de mulher, principalmente com cabelo cumprido é complicado. Já percebi, desde sempre, que o traço do rosto feminino fica melhor com o traço do cabelo, e muito leve o contorno do rosto, com sombra mesmo. Mas nunca consegui isso. Enfim, recomecei. E, como disse, percebi que o traço está comigo. E, realmente, desenhar é muito bom, sempre. Valeu pelo incentivo. Grande abraço.
Então é isso, Andre. Suas observações são consistentes. Com relação as mulheres, é importante lembrar que as pessoas tem uma certa tendência de negligenciar a representação dos cabelos. Grave equívoco. Ao desenhar os rostos femininos, deve-se dedicar tanto ou mais tempo de trabalho aos cabelos. Cabelos mal “resolvidos” acabam com qualquer rosto, por melhor que ele seja.
Um abraço e bem-vindo de volta ao “front”.
Gustavo.
O triste é você se “matar” de estudar anatomia, teoria das cores, perspectiva e tantas outras coisas na arte visual pra chegar alguém e lhe dizer que você leva uma certa vantagem por ter nascido com o “dom do desenho”.Pra quem está de fora e nunca estudou arte parece a coisa mais fácil do mundo sair desenhando e pintando e o pior é ouvir esse tipo de comentário até de quem gosta de desenhar.
Cara, cada um com as possibilidades que possui. Lá se vão quase seis meses desde a minha postagem. E, se me perguntar o que desenhei desde então, a única resposta sincera é….nada. Claro, não vivo disso, não dependo disso para viver, melhor dizendo. Se começasse, hoje, a desenhar compulsivamente, seria nos meus horários livres. Mas, a vida vai nos levando, e outras circunstâncias nos afastam de algo que gostamos muito. De mim, de afasta o desenho. Mas que logo se reaproximará e se decantará, como deve ser, para meu deleite, apenas, e dos outros, porventura, por que (porque) esse é o lance, o que gosto de desenhar, gosto por que (porque) gosto, simplesmente, e não por te estudado teorias e mais teorias sobre o assunto. Não que as desconsidere, pois quero fazer algo nesse sentido. Mas q
Mas que o lance está comigo, está, se ter estudado nada. O que não torna melhor, pois não consegui ir além do que sei. Mas foi o suficiente para eu querer buscar a teoria talvez necessária e aperfeiçoar o que já tenho. O lance é esse: só comigo mesmo ficarei limitado; com os outros, no contato de um curso qualquer, desenvolverei meu talento para melhor. Sem que isto signifique desqualificar quem aprendeu no suor. Esse suor ainda me falta, e, aí, nos encontramos.